segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Rodrigo Bispo - WANTED!! Dread or alive.

Acredite se quiser, mas esta é a história de como eu me descobri sendo o Inimigo Público número um do Texas.
Ontem (domingo), por volta das 13:00 dirigi-me até uma fábrica no distrito industrial a fim de fazer um serviço de ultima hora que surgira na empresa. Num certo momento em que houve uma pausa nos trabalhos um amigo meu e eu fomos dar uma volta para ver como estão as obras públicas em andamento no local. E enquanto nos encontrávamos sentados embaixo de uma árvore conversando descontraidamente fomos abordados pelo policial contra o qual ousei rebelar-me publicando uma notícia no jornal local que continha sérias denuncias quanto ao seu comportamento na cidade. Aliás, quando a notícia foi publicada aqui na cidade também foi postada no blog na data original de 16 de setembro de 2009 sob o título "E a praça virou autódromo de soldado".
Veja bem: estávamos os dois de chinelos havaianos, bermuda e camiseta, nada mais. O cidadão  - à paisana, diga-se de passagem - parou seu automóvel de maneira que evitasse nossa provável fuga. Desceu do carro deixando sua companheira em seu interior, e nisto sacou de uma arma que estivera até então guardada na parte interna da porta do automóvel. Colocou o revólver na cintura e educadamente em tom pedante perguntou se eu era o tal "levante e grite que escreveu no jornal, o famoso Rodrigo Bispo.", ao que se seguiu uma resposta afirmativa. A isso o homem respondeu dizendo-me impropérios do tipo: "eu sei onde você mora, cara. Você é louco, tem que pensar melhor antes de mexer com as pessoas. Tem muita gente louca por ai que pode estragar a seu vida e a delas". Ou "se eu tivesse te pegado na época que você escreveu aquilo tinha te quebrado".  E "eu ainda vou te pegar, cara. Quem sabe não plante uma droga no seu bolso e te leve preso?".
A conversa durou 15 minutos, talvez 20, não mais que isso. Entretanto ficou claro que a intenção do tal policial era me amedrontar por ter aberto a boca a seu respeito no passado e garantir que eu não volte a fazê-lo no futuro. E foi muito educado todo o tempo. Eu diria mesmo insolente.
Meu amigo exibia um sorriso amarelo diante da situação. Eu o imitava e disfarçada o nervosismo sentido por estar no meio do nada com um cara que declarou abertamente não gostar de mim que exibia sua linda arma gigante na  cintura.
Ora, como todo susto que a gente leva, alguns segundos depois que o homem partira nós começamos a rir do acontecido devido sua peculiar absurdez. Mas algum tempo depois resolvi fazer algo a respeito. Afinal de contas, o sujeito praticamente me contou como iria colocar-me na cadeia. Resolvi então dirigir-me ao batalhão de polícia municipal quando chegasse em casa, o que aconteceu por volta das 22:00 horas. Jantei com minha mãe e, de fato, fui ate o batalhão. Chegando lá contei minha versão dos fatos e disse que queria registrar uma ocorrência por ameaça. E qual não foi minha surpresa quando um dos policiais presentes levantou-se de onde estivera sentado e esbravejou ignorantemente: "cara, foi você quem escreveu aquela merda lá no jornal ne? Eu não to te ameaçando não, mas você falou mal da polícia, ninguém aqui gosta de você!". Logo após, o policial que me atendia diretamente disse-me que a polícia é como uma colméia de abelhas: se você mexer com uma, vai mexer com todas. Disse também que é claro que eu poderia proceder  ao registro da ocorrência, entretanto "isso só deixaria o cara mais nervoso comigo...e o problema iria para o forum, o que poderia acarretar sérias consequências...mas tudo seria conforme eu quisesse", e ainda enfatizou a ameaça velada com a tenebrosa frase: "ninguém morre devendo para a polícia". Caramba...sai de lá estourando de raiva. Não podia acreditar em tudo que acabara de acontecer comigo dentro dessa mínima terra da mãe de deus. É essa a recompensa de quem resiste ao Sistema. O "empuxo" não te deixa permanecer por muito tempo em seu seio, logo logo ele te expurga para suas margens mórbidas impregnadas de criminosos de verdade: as delegacias, para em seguida se certificar de te aniquilar por completo, fazendo-te cativo ou privando-te do imenso fardo de seguir vivendo.
No final de tudo, isso nem é uma denúncia. Resume-se a um simples exemplo de quem são e como agem os policiais brasileiros. Os nossos "heróis" tupiniquins.
E para não dizer que a vida não imita a arte, irei encerrar este desabafo citando parte da letra de uma música do Rapa que diz: "era só mais uma dura, resquício de ditadura. Mostrando a mentalidade de quem se sente autoridade nesse tribunal de rua". Qualquer semelhança com a realidade NÃO é mera coincidência.
Servir e proteger...servir a quem? Proteger de quê?



*B I S P O*

6 comentários:

  1. você com um revólver na mão é um bixo feroz, sem ele anda rebolando até muda de voz.

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  2. Ô Bishop, que foda isso heim?
    Fico revoltada em ver mais uma vez que aqueles que deveriam nos defender/proteger nada mais são do que mais uma ameaça nas nossas vidas...
    Se cuida viu!
    Um abraço!

    Káren Guedes Albino (sua coleguinha das aulas de astronomia - hahahha)

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  3. Na boa cara, procure um advogado e faça uma denuncia na justiça pedindo proteção. Você tem provas, testemunhas e amigos. Não deixe que os porcos fardados limite a sua vida! Quando você postou o primeiro texto, fui um dos que te incentivou bastante para isso, e sempre vou incentiva-lo a fazer JUSTIÇA. Lembre-se que esse PM que te ameaçou não tem a mínima ética no que faz, e você sendo um trabalhador direito, vai sair ganhando nessa historia. A ameaça ja foi feita, e a melhor defesa é o ataque. Caso precise de alguma ajuda pode contar comigo!

    PORCOS FARDADOS, OS SEUS DIAS ESTÃO CONTADOS!

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  4. Unbelievable! Corporação de merda essa!

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  5. Os mais culpados não são os que agem errado, são os que se calam. Faça alguma coisa, senão as futuras gerações de policiais continuarão agindo CONTRA aqueles a quem deveriam defender e continuarão impunes, e com esse tom de superioridade, por falta de gente decente disposta a gastar um pouco de energia colocando eles onde deveriam estar.

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  6. É exatamente por isso, delirium, que denunciei o intrépido policial ao Ministério Público.

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