Zannini diz que nenhuma das medidas para conter a epidemia é de caráter médico. Elas dependem de lavar as mãos, ter água potável, dar um destino adequado aos cadáveres e às fezes humanas. "Ora, nada disso é caro nem depende de médicos. Onde está a ajuda internacional?", questionou. Um dos maiores problemas para conter a propagação da cólera é a falta de cuidados básicos de higiene, o que poderia ser combatido com programas relativamente simples, como a distribuição de sabão.
Estima-se que 76% dos haitianos vivam com menos de US$ 3 por dia e 50% tenham menos de US$ 1 por dia. Uma barra de sabão custa, em períodos normais, US$ 0,50 na maioria dos mercados haitianos e, para muitas famílias, lavar as mãos virou um dilema potencialmente fatal entre usar o pouco dinheiro para comprar sabão ou para comprar comida.
Na quarta-feira, o MSF havia lançado um alerta sobre o esgotamento físico e emocional de suas equipes. "A carga de trabalho é estressante. Não é fácil trabalhar com o cheiro, o barulho e a pressão de tantos doentes. Estamos trabalhando 24 horas por dia. Estamos sobrecarregados", disse Zannini.
*B I S P O*