quarta-feira, 26 de outubro de 2011

E pra que acha que conspiração é coisa de internet...

É pessoal, agora que temos provas empíricas, ninguém pode mais me dizer que eu sou louco ou que aqueles que acreditam na boa e velha "CONSPIRAÇÃO do SISTEMA" são subversivos que precisam arrumar namoradas. Espero que o documento abaixo possa esclarecer as dúvidas e abrir os olhos de muuita gente. E antes que digam que não tem procedência, analisem a bibliografia e lembrem-se, estamos falando de matemática, ciência que, diferentemente do Direito -  aquela que possibilita a existência dessas estruturas bizarras - não erra.:


Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo

Da New Scientist - 22/10/2011
Visão crítica: Revelada a rede capitalista que domina o mundo
Este gráfico mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial. O tamanho de cada ponto representa o tamanho da receita de cada uma.[Imagem: Vitali et al.]

Além das ideologias
Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.
Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.
A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça.


Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.
"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."
Rede de controle econômico mundial
A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente.
O resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.
Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.
O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.
A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.
Poder econômico mundial
Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.
Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.
Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.
E isso não é tudo.
Super-entidade econômica
Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.
"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.
E a maioria delas são bancos.
Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa e nem ruim, mas essa interconexão pode ser.
Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.
Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.
A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.
Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.
As 50 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas
  1. Barclays plc
  2. Capital Group Companies Inc
  3. FMR Corporation
  4. AXA
  5. State Street Corporation
  6. JP Morgan Chase & Co
  7. Legal & General Group plc
  8. Vanguard Group Inc
  9. UBS AG
  10. Merrill Lynch & Co Inc
  11. Wellington Management Co LLP
  12. Deutsche Bank AG
  13. Franklin Resources Inc
  14. Credit Suisse Group
  15. Walton Enterprises LLC
  16. Bank of New York Mellon Corp
  17. Natixis
  18. Goldman Sachs Group Inc
  19. T Rowe Price Group Inc
  20. Legg Mason Inc
  21. Morgan Stanley
  22. Mitsubishi UFJ Financial Group Inc
  23. Northern Trust Corporation
  24. Société Générale
  25. Bank of America Corporation
  26. Lloyds TSB Group plc
  27. Invesco plc
  28. Allianz SE 29. TIAA
  29. Old Mutual Public Limited Company
  30. Aviva plc
  31. Schroders plc
  32. Dodge & Cox
  33. Lehman Brothers Holdings Inc*
  34. Sun Life Financial Inc
  35. Standard Life plc
  36. CNCE
  37. Nomura Holdings Inc
  38. The Depository Trust Company
  39. Massachusetts Mutual Life Insurance
  40. ING Groep NV
  41. Brandes Investment Partners LP
  42. Unicredito Italiano SPA
  43. Deposit Insurance Corporation of Japan
  44. Vereniging Aegon
  45. BNP Paribas
  46. Affiliated Managers Group Inc
  47. Resona Holdings Inc
  48. Capital Group International Inc
  49. China Petrochemical Group Company
Bibliografia:

The network of global corporate control
Stefania Vitali, James B. Glattfelder, Stefano Battiston
arXiv
19 Sep 2011
http://arxiv.org/abs/1107.5728

*B I S P O*

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A genialidade e a época

Morreu, aos 56 anos de idade, Steve Jobs, fundador junto com o amigo Steve Wozniak, de uma das empresas mais importantes das últimas décadas, a Apple. Jobs foi um visionário que, com seus produtos, mudou a forma que as pessoas tinham de interagir com o mundo ao seu redor.
Na década de 1980 criou o Apple II, um computador pessoal realmente usável, simples, que não requeria conhecimento de eletrônica e informática. Além deste, como se já não fosse suficiente, inventou gadgets revolucionários como o iPad, o iPhone e o iPod. Cada um, à sua maneira, transformou o mercado, ditou tendências, criou nichos e necessidades. Sem falar em programas como o iTunes.
Essas inovações da empresa de Jobs (dentre outras) o coloca como um dos maiores empresários da história. Em décadas ainda estaremos ouvindo falar dele, de como suas invenções foram revolucionárias, como transformaram o mundo. Sua genialidade e criatividade ainda será pauta de livros de administração e os casos estudados em salas de aula mundo afora.
Parece que os anos 2000 tiveram seu Henry Ford. O modelo T da empresa que leva seu nome foi fundamental na popularização do automóvel e moldou a sociedade do século 20. Como Ford, Jobs também oferecia poucas opções ao seu consumidor. Se nós podíamos escolher qualquer cor de carro desde que fosse preta, as invenções da Apple também primavam pela restrição de modelos e cores.
Mas as semelhanças param aí. O sonho de Ford era que seus funcionários pudessem comprar os carros que fabricavam. A Apple sempre fez questão que seus produtos simbolizassem status, diferenciação. Se os trabalhadores de Henry Ford podem comprar o carro, os da Apple são submetidos a jornadas de trabalho que lembram escravidão. Não são raros os suicídios na fábrica chinesa que produz estes caros e exclusivos gadgets.
Reportagens abundam sobre as condições de vida e de trabalho desses funcionários, que, não raro, passam o dia em completo silêncio por falta do que falar. Sem vida cotidiana, sem assunto, sem conversa, sem interação com o colega. Quanta ironia! Os produtos que trouxeram mais interação são fabricados por aqueles que não têm um centímetro de vida social.
Se Ford representava o sonho do século 20, da metrópole, da incorporação das massas ao mundo do consumo, Jobs sintetiza como ninguém este novo mundo em que vivemos: um mundo que não sabe para onde vai, que não tem mais projetos de futuro, que não "sonha", cuja separação entre trabalho e tempo livre se perdeu, seja nos gadgets que nos mantêm informado todo o tempo (aumentando nosso "capital social" e "empregabilidade"), ou no trabalhador desprovido de garantias legais, livre, que "livremente" escolhe se submeter a condições sub-humanas.
Foi o gênio da nossa época.

*B I S P O*

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

E para aqueles que já estiveram apaixonados um dia....


"Namoro há dois anos um rapaz e vamos nos casar no próximo ano. A questão é: Não o amo. Amo, de fato, outro homem que conheci recentemente e ele tem uma forte esperança de que um dia possamos ficar juntos. Não sei o que fazer, pois, toda vez que tento terminar com o atual e assumir a nova relação, sou ameaçada. Meu namorado diz que vai me matar e se matar. Não quer nem ouvir falar que eu amo outro. Diz que sou sua. Já comprou nossa casa, que está pronta para que possamos mudar em março. O que eu faço com esse amor que me enlouquece?".
Histórias como a da Maria são mais comuns do que você leitor pode imaginar. Recebo e-mails de homens e mulheres em situações parecidas. Estão prestes a se casar ou estão casados e, de repente, um dos dois percebe que ama outro. Um ex, um novo amor que chega, um colega, um amigo que se tornou mais que um amigo, algo ou alguma coisa muda na relação, que deixa de ser importante.
Em alguns casos, essas relações já vêm doentes desde o início. São relações que começaram, terminaram, retomaram inúmeras vezes por motivos variados. A tônica parece mesmo o thriller do romper e reatar. Aquela sensação de "O que vai ser essa semana? Vamos ficar juntos ou não?". São casais que têm as malas prontas para, por qualquer motivo, abandonar o barco. E, então, quando chega outro, bem, fica tudo mais provocante.
A reflexão hoje é: por que insistir em uma relação com tantas idas e vindas? Por que insistir em uma relação que já começa torta? Por que seguir até ao altar e dizer SIM? Será que isso não é doença?
Pensem comigo, amor não pode ser.
Você conhece casais assim? Pois é, existem. E, então, fica o convite: Por que não parar de discutir a relação e começar a discutir os problemas da relação? Em muitos casos, só essa mudança de visão já seria um bálsamo, e, então, o que começou torto pode ser que se endireite...
Negociar o problema, o que incomoda, o como nós sentimos com essa ou aquela atitude é diferente de negociar o fim da relação, é mais maduro, é mais adulto. Sair batendo a porta, os pés, o que for, é quase infantil e não ajuda. Até porque, quando isso acontece, o outro apaga os problemas e foca somente na retomada da relação, doente ou não.
E é verdade, machuca demais. Aumenta a dependência.
Imagine você viver na iminência de um rompimento! Ter de andar sobre ovos para não incomodar o outro, e se este, de repente, decidir ir para sempre?
Isso não é vida!
Quem ama quer ver o outro feliz. Quem ama respeita os limites do outro, está com o outro, não tem a posse deste — e isso também é diferente.
Quem ama cuida. Dá espaço. Cresce com o outro, confronta, posiciona-se, ama e se deixa amar. Então, se é assim, será que o que essa leitora vive tem chance de dar certo?
Infelizmente, temo que não. Uma relação com base no medo, no egoísmo, na manipulação, não pode ir longe, a não ser que ambos decidam parar tudo e rever. Nesse caso, não há muito a fazer, até porque ela não o ama, e, se não há amor, como ficar? Pode até ser que ela esteja iludida com o outro, mas isso só mesmo em um ambiente de terapia ela poderá compreender. Fato é que algo precisa ser feito. Ela precisa tomar a vida nas próprias mãos, nem que seja para pedir ajuda. Se continuar como refém de um e outro, ela não será feliz e, pior, se tornará uma eterna vítima à mercê do outro...
Se com todo o amor do mundo, respeito, compromisso, dedicação, renúncia e tudo o mais que uma relação a dois pede, como presença, atenção, compaixão etc. E, mesmo assim, enfrenta crises, altos e baixos, o que podemos esperar de uma relação que começa às avessas?
Bem, fica aqui o convite para a leitora. Busque ajuda especializada. Inicie um processo de terapia. Tente entender o que está buscando e qual é o prazer em ser a vítima, estar entre dois homens que a desejam...
Qual é a crença? Qual é a ilusão? Qual é o prazer negativo?

Por Sandra Maia | Amor e outras coisas


*B I S P O*