quinta-feira, 6 de outubro de 2011

E para aqueles que já estiveram apaixonados um dia....


"Namoro há dois anos um rapaz e vamos nos casar no próximo ano. A questão é: Não o amo. Amo, de fato, outro homem que conheci recentemente e ele tem uma forte esperança de que um dia possamos ficar juntos. Não sei o que fazer, pois, toda vez que tento terminar com o atual e assumir a nova relação, sou ameaçada. Meu namorado diz que vai me matar e se matar. Não quer nem ouvir falar que eu amo outro. Diz que sou sua. Já comprou nossa casa, que está pronta para que possamos mudar em março. O que eu faço com esse amor que me enlouquece?".
Histórias como a da Maria são mais comuns do que você leitor pode imaginar. Recebo e-mails de homens e mulheres em situações parecidas. Estão prestes a se casar ou estão casados e, de repente, um dos dois percebe que ama outro. Um ex, um novo amor que chega, um colega, um amigo que se tornou mais que um amigo, algo ou alguma coisa muda na relação, que deixa de ser importante.
Em alguns casos, essas relações já vêm doentes desde o início. São relações que começaram, terminaram, retomaram inúmeras vezes por motivos variados. A tônica parece mesmo o thriller do romper e reatar. Aquela sensação de "O que vai ser essa semana? Vamos ficar juntos ou não?". São casais que têm as malas prontas para, por qualquer motivo, abandonar o barco. E, então, quando chega outro, bem, fica tudo mais provocante.
A reflexão hoje é: por que insistir em uma relação com tantas idas e vindas? Por que insistir em uma relação que já começa torta? Por que seguir até ao altar e dizer SIM? Será que isso não é doença?
Pensem comigo, amor não pode ser.
Você conhece casais assim? Pois é, existem. E, então, fica o convite: Por que não parar de discutir a relação e começar a discutir os problemas da relação? Em muitos casos, só essa mudança de visão já seria um bálsamo, e, então, o que começou torto pode ser que se endireite...
Negociar o problema, o que incomoda, o como nós sentimos com essa ou aquela atitude é diferente de negociar o fim da relação, é mais maduro, é mais adulto. Sair batendo a porta, os pés, o que for, é quase infantil e não ajuda. Até porque, quando isso acontece, o outro apaga os problemas e foca somente na retomada da relação, doente ou não.
E é verdade, machuca demais. Aumenta a dependência.
Imagine você viver na iminência de um rompimento! Ter de andar sobre ovos para não incomodar o outro, e se este, de repente, decidir ir para sempre?
Isso não é vida!
Quem ama quer ver o outro feliz. Quem ama respeita os limites do outro, está com o outro, não tem a posse deste — e isso também é diferente.
Quem ama cuida. Dá espaço. Cresce com o outro, confronta, posiciona-se, ama e se deixa amar. Então, se é assim, será que o que essa leitora vive tem chance de dar certo?
Infelizmente, temo que não. Uma relação com base no medo, no egoísmo, na manipulação, não pode ir longe, a não ser que ambos decidam parar tudo e rever. Nesse caso, não há muito a fazer, até porque ela não o ama, e, se não há amor, como ficar? Pode até ser que ela esteja iludida com o outro, mas isso só mesmo em um ambiente de terapia ela poderá compreender. Fato é que algo precisa ser feito. Ela precisa tomar a vida nas próprias mãos, nem que seja para pedir ajuda. Se continuar como refém de um e outro, ela não será feliz e, pior, se tornará uma eterna vítima à mercê do outro...
Se com todo o amor do mundo, respeito, compromisso, dedicação, renúncia e tudo o mais que uma relação a dois pede, como presença, atenção, compaixão etc. E, mesmo assim, enfrenta crises, altos e baixos, o que podemos esperar de uma relação que começa às avessas?
Bem, fica aqui o convite para a leitora. Busque ajuda especializada. Inicie um processo de terapia. Tente entender o que está buscando e qual é o prazer em ser a vítima, estar entre dois homens que a desejam...
Qual é a crença? Qual é a ilusão? Qual é o prazer negativo?

Por Sandra Maia | Amor e outras coisas


*B I S P O*

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