sexta-feira, 16 de julho de 2010

Qual a diferença entre voto em branco e voto nulo?

Na prática, não há mais diferença entre um e outro. Nenhum deles conta na hora de fazer a soma oficial dos votos de cada candidato. Desde 1997, quando houve uma mudança na legislação eleitoral, os votos brancos e nulos passaram a ter significado quase idêntico, ou seja, não ajudam e nem atrapalham a eleição. Como muita gente não sabe disso, a confusão persiste.

O voto nulo ocorre quando o eleitor digita, de propósito, um número errado na urna eletrônica e confirma o voto. Para votar em branco, o eleitor aperta o botão "branco" do aparelho. Antes de existir urna eletrônica, quem quisesse anular o voto rasurava a cédula de papel – tinha gente que escrevia palavrão e até xingava candidatos. Quem desejasse votar branco, simplesmente deixava de preencher os campos da cédula.

As dúvidas sobre esse assunto sobrevivem porque, até 1997, os votos em branco também eram contabilizados para se chegar ao percentual oficial de cada candidato. Na prática, era como se os votos em branco pertencessem a um "candidato virtual". Mas os votos nulos não entravam nessa estatística.

Com a lei 9.504/97, os votos em branco passaram a receber o mesmo tratamento dos votos nulos, ou seja, não são levados em conta. A lei simplificou tudo, pois diz que será considerado eleito o candidato que conseguir maioria absoluta dos votos, "não computados os em brancos e os nulos".

Mas por que então os votos em branco eram contabilizados antes? Há controvérsia sobre isso. Alguns juristas e cientistas políticos sustentam que o voto nulo significa discordar totalmente do sistema político. Já o voto em branco simbolizaria que o eleitor discorda apenas dos candidatos que estão em disputa. Daí, ele vota em branco para que essa discordância entre na estatística. Porém, depois da mudança da lei essa discussão perdeu o sentido, já que tanto faz votar branco ou nulo.

Vale a pena lembrar também que nas últimas eleições tem circulado e-mails que pregam anular o voto como forma de combater a corrupção na política.

Esses textos dizem que se houver mais de 50% de votos nulos e brancos a eleição será cancelada e uma nova eleição terá de ser marcada, com candidatos diferentes dos atuais. Puro engano. Tudo isso não passa de leitura errada da legislação, segundo as mais recentes interpretações do próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

link da notícia no yahoo


*B I S H
O P*

sábado, 10 de julho de 2010

Prisão do goleiro Bruno





*BISHOP*

A queda das máscaras


É dessas fotos que ficam no imaginário coletivo: Pelé aos 17 anos, campeão do mundo, chorando no ombro do grande Gilmar, que o ampara, o consola, o anima, o conforta. Passados não mais de 52 anos, a reprodução dessa cena é quase impensável. Se o garoto Neymar tivesse sido campeão do mundo nos seus atuais 18 anos, como muitos queriam, em que ombro choraria de emoção, se é que choraria? No de Dunga, velho e bravo campeão; no de Kaká, veterano de outras copas e acostumado aos aplausos? Não, não parece a ninguém factível a repetição daquela cena protagonizada por Pelé e Gilmar nos campos da Suécia. Meninos de hoje não choram mais nos ombros de seus ancestrais, meninos de hoje não têm ancestrais. A sociedade pós-moderna pulveriza as verticalidades e não provê acolhimento das angústias nas hierarquias verticais, nos mais velhos, nos mais experientes, nos que já passaram por isso. O resultado está aí. A série que deveria ser "descoberta, sucesso, fama, dinheiro, conforto e satisfação" tem sido "descoberta, sucesso, fama, dinheiro, mulheres, drogas, violência, desastres, prisão ou ostracismo".

Podemos pensar em uma explicação paradigmática, além das particularidades de cada caso, o que o mais das vezes só anda tampando o sol com a peneira: foi o pai violento, a mãe alcoólatra, as más companhias, a péssima educação, o irmão psicopata, etc. Ocorre que a saída da pobreza e do anonimato para a riqueza e a fama, subitamente, gera uma forte crise de identidade. Ter sucesso é cair fora; na palavra "sucesso" existe a raiz "ceder, cair". Quem tem sucesso cai fora do seu grupo habitual de pertinência. Tom Jobim não tinha razão quando dizia que o brasileiro não desculpava o sucesso, pois nenhum povo desculpa, só variam as maneiras de demonstrá-lo. A máxima de Ortega y Gasset ainda é válida: "Eu sou eu e a minha circunstância". E quando a minha circunstância muda abruptamente, fica a pergunta profundamente angustiante: "Quem sou eu?", que fundamenta a crise de identidade.
Aí, com frequência, a pessoa se aliena em uma identidade forjada, aquela que fica bem na fotografia, a máscara; surge assim o mascarado. Quantos e quantos jogadores de futebol não se transformaram em mascarados diante dos nossos olhos? E a coisa não para por aí. A máscara não é suficiente para dominar a angústia causada pelo sucesso, vindo, em seguida, um sentimento terrível de ilimitação, de poder tudo. Quer alguma coisa, compra; quer um amor, toma; quer ter razão, impõe. Esse sentimento de quebra de fronteiras pede um basta que não raramente aparece da pior forma: no insulto, no acidente, na morte. Alguns têm a sorte de passar por um desastre controlável e depois conseguem se recuperar, carregando beneficamente a cicatriz de sua desventura, mas muitos e muitos vão e não voltam.
Não pensemos que a solução está no treinamento de ombros amigos, como os do passado, dado em lições risíveis de moral e cívica extraídas dos panfletos de neorreligiões televisivas, ou de jornalistas histriônicos que se querem baluartes da dignidade social. O que entendemos necessário é um trabalho com todos os grupamentos que convivem com esse fenômeno de mudança de status repentina, dos quais as equipes de futebol são um exemplo maior, um trabalho que saiba tratar do problema da perda de identidade como foi aqui referida.
No mundo de hoje, um mundo horizontal sem baluartes fixos, sem Gilmares para as pessoas se apoiarem, é necessário que possamos oferecer novos tratamentos às crises de identidade que se multiplicam. Se o tratamento não reside mais em se mirar no exemplo do ídolo da geração anterior, o que temos a fazer é implicar cada um em seu ponto de vergonha essencial, aquele que a fama não recobre e que o dinheiro não compra, um ponto de vergonha que todo ser humano carrega em si por ter nascido e não saber muito bem o que faz por aqui, por se sentir um acontecimento sem explicação. Pois bem, não deixemos ninguém se acomodar no empobrecedor e perigoso "eu sou o máximo". Fiquemos com a lição do próprio futebol, de que cada partida é uma nova partida, sem piloto automático, sem já ganhou, sem triunfalismo. Fica a recomendação para os técnicos do futuro: mais invenção com responsabilidade e menos repetição com disciplina.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Copa da Mídia 2010: Alienação X Raciocínio

É incrível como a Copa do Mudo  - assim como qualquer coisa explorada pela mídia(vide caso do goleiro do flamengo) - exerce poder sobre mentes fracas. O ano é de eleições presidenciais no Brasil, crianças morrem de fome no mundo inteiro, e mais ainda na África, vc não tem dinheiro, vc deve ao banco, seus familiares estão doentes, a violência e a fome assolam o país e o mundo e o povo só pensa em futebol. Será que niguem vê que isso não passa de um jogo, um passa-tempo, uma pelada "oficial" que você deveria ver e se divertir em suas horas vagas? Futebol não é serio minha gente! Os jogadores não estão na guerra defendendo os seus países, eles estão simplesmente ganhando uma quantidade de dinheiro que você e todos os seus conhecidos juntos muito provavelmente jamais ganharão durante todas as suas vidas de trabalho duro para simplesmente chutar uma bola num gol, mas não, a mídia insiste que num simples gramado há heróis e vilões, culpados por derrotas, responsáveis por vitórias, o povo do Brasil deixa de trabalhar pra ver jogo e chora quando seu time sai da competição: por quê? Para quê?. Quem deixa de trabalhar pra ver propaganda política, e saber em quem vai votar? Tem gente que nem sabe quem são os candidatos à presidencia do próprio país onde mora...e depois reclamam que os políticos são uns safados. Não se esqueçam que esses políticos safados saíram do povão que outrora deixou de ir trabalhar e ganhar seus sustento pra ver jogo enquanto o país está jogado às traças da politicagem.
Se a mídia passasse a noticiar montes de merda de cachorro nas ruas as pessoas iriam começar a adorá-las como adoram os jogadores, logo logo surgiriam rapazes exibindo camisetas ilustradas com montes de merda e mulheres chorando por cachorros que cagassem muito, talvez até houvesse um debate a respeito de quem teria o cachorro que faz o maior monte de merda na calçada do vizinho, e comentaristas especializados na qualidade da bosta brotariam aos milhares como grama num campo de futebol.
Será que alguem dá essa atenção à educação de seu país? O Lula anda dizendo que a educação brasileira nunca esteve melhor, mas será que alguem sabe o que é IDEB? E será que quem sabe o que é, sabe que a pesquisa que originou seu resutado foi feita em somente em 50% das escolas do Brasil? E quem vai pra final da copa, será que alguem sabe? Claro, da copa todo mundo sabe, e do Brasil? E da educação? E da saúde? Destas só sabe quem não as tem, ou seja, os pobres.
Resumindo: enquanto a rede globo de dominação e o resto das emissoras de tv bombardeiam o público inerte com notícias as mais detalhadas sobre a copa do mundo, incluindo as mais minunciosas particularidades dos deuses...digo jogadores, que não interessam a ninguém, nem mesmo aos próprios objetos da notícia, o povão se deixa levar pela onda do futebol, um simples jogo que não passa de um monte de homens em sua maioria esmagadora, sem estudo ou educação de qualquer espécie, assassinos, traficantes, bandidos etc, chutando uma bola pra dentro de uma quadrado de metal num gramado que custa mais do que a sobrevida da própria população que o assiste -  ou você tem ai dinheiro sobrando pra comprar uma bola oficial da copa 2010? - o Brasil e o mundo afundam-se em misérias que realmente fazem diferença para todos, mas que ninguem vê, ou deseja ver, a final de contas, a quem interessa quem será o proximo presidente se o Brasil não for hexacampeão da pelada oficial de 2010? E daí que crianças passem fome pelo mundo a fora? Meu país está indo bem na copa, que se danem os outros! A copa me interessa, a sua fome não.
 É Justo?

*BISHOP*